domingo, 9 de maio de 2021

O que fica do Componente: Universidade e Sociedade

 O componente Universidade e Sociedade, é fundamental para entender sobre a função das universidades em diversos contextos, sendo eles histórico, político, econômico, social e pedagógico. E conhecer estes aspectos no início da formação geral é relevante para se compreender a importância da instituição e de como deve ser a relação do educando com a mesma.

Saber o processo histórico da universidade no Brasil e no mundo é relevante para o entendimento de que este é um espaço de privilégio e por muito tempo foi excludente para a maioria das pessoas, principalmente, as que vivem em extrema vulnerabilidade social. E por isso, deve-se lutar para que as instituições públicas de ensino, sejam mais acessíveis e popular.

Particularmente, chegar no nível superior, é uma prerrogativa, pois embora, já tenha tido chances de concluir outros cursos, não conseguir por uma questão socioeconômica, ou seja, afortunada por uma oportunidade, mas desprovida de condições para aproveitá-la. Por isso, a discussão sobre meritocracia neste componente foi fundamental para entender que por vezes a culpa que eu carregava por não ter concluído os cursos que iniciei, não era exclusivamente minha, mas sim de um processo histórico de desigualdade social.

Porquanto, foi extremamente necessário falar sobre medidas afirmativas, como as cotas sociais e raciais, como direito de pessoas que historicamente foram excluídas pelas péssimas condições de educação oferecida pelo Estado ao longo do tempo, desde a escravidão. Isto de fato é uma reparação histórica e não uma esmola ou bem feitoria do Estado. 

Este componente, é indispensável, pois assim que chega na universidade, o educando deve saber quais funções exerce a instituição onde estuda, qual seu plano orientador, seus antecedentes, modelo e bases teóricas. Além de sua contribuição para a comunidade como a extensão e a pesquisa, de que forma é o ensino e sua política-pedagógica. 

Foi interessante, estudar Paulo Freire na Pedagogia da Autonomia, o Anísio Teixeira grande pioneiro da educação pública, o Boaventura Santos um intelectual atuante nos dias atuais e o Milton Santos geógrafo que nos ensinou muito bem sobre a globalização, capitalismo e desigualdades sociais. Estes teóricos são base do Plano Orientador da UFSB, sem eles talvez a universidade não seria tão inclusiva e revolucionária.  

A UFSB tem tão pouco tempo de existência, mas  já consigo imaginar suas contribuições futuras para o desenvolvimento territorial em diversos setores, como educação, economia, política, saúde, cultura, o campo científico, enfim hoje educadores e educandos aprendem juntos e futuramente serão peças  fundamentais para avanço regional.

Desde já agradeço a educadora Regina Oliveira, por sua metodologia pedagógica, pela dedicação e paciência ao ensinar, principalmente por nos dá lugar de fala em todos os encontros online. 

Contudo, o que fica desde componente é o aprendizado e a compreensão de que a educação muda o mundo, como afirma o eterno Paulo Freire.

O que fica?

Mais reconhecimento de minha identidade



Gratidão a todos(a) que contribuíram e 

estão contribuindo com a minha formação

        










domingo, 2 de maio de 2021

Pluriversidade: um caminho para valorização dos saberes

 



Fonte: todamateria.com.br

Boaventura Santos é um jurista e professor universitário da Universidade de Coimbra, o mesmo traz muitas reflexões sobre a pluriversidade e a ecologia dos saberes. Boaventura é um intelectual atuante na atualidade, compreende muito bem a diversidade de conhecimento e  sua validação no mundo das ideias e das práticas.

É sabido, que desde o princípio da universidade no Brasil, o modelo eurocêntrico é dominante, bem como as ideias predominantes do patriarcado e colonialismo, a universidade desde então era vista (atualmente embora se discute o saber tradicional, mesmo assim não é validado)  , como uma fonte de onde jorrava apenas o saber científico, em detrimento dos saberes tradicionais de povos indígenas, quilombolas, que por vezes são invalidados e transformados em senso comum, tornando o saber pejorativo. 

Os conhecimentos dos povos tradicionais como da comunidade indígena e quilombolas no Brasil, ao longo dos anos, foram passados de geração a geração, pela tradição oral, por isso, não se tem muitos registros escritos, no entanto, estes povos carregam na memória uma diversidade de conhecimento sobre agricultura, plantas e suas propriedades, cura de doenças, enfim uma diversidade de saberes, que para Boaventura deve ser valorizado e discutido nas universidades com validade. A ecologia do saber representa esta perspectiva. 

 Para Boaventura, o modelo dominante de universidade, é o neoliberal, em que as pessoas são formadas, para atender as demandas do capitalismo, como mão-de-obra, seja na pesquisa por inovação tecnológica ou criação de produtos, ou em qualquer outro meio que gere lucro. Por esse motivo as áreas de conhecimento que visa compreender a sociedade e os saberes múltiplos como os tradicionais não recebem bons investimentos para pesquisa. Como as áreas das Ciências Sociais e Humanas. 

Mesmo que se construa nas universidades este modelo mercadológico, é importante refletir que a universidade deve ser um espaço de todos, onde se construa uma variabilidade de conhecimento, podendo ser este tradicional ou científico, pois um não deve ser em detrimento do outro, vice-versa. 

Porquanto, para Boaventura, o conhecimento é aplicável a depender do objetivo que se busca com tal saber, por exemplo: se um indivíduo, querer ir á lua, irá  precisar da experiência científica, mas se este quer fazer uma pesquisa botânica na Amazonas, precisará do conhecimento dos indígenas do local, para conduzi-lo e até mesmo apresentar espécies nativas. Então, um saber não anula o outro.

Para se construir o saber tradicional na universidade, deve-se ter estratégias de engajamento, como promoção de oficinas dirigidas por líderes e mestres tradicionais, seminários, fóruns de cultura com mesas formadas por estes mestres, além disso, pode-se dá abertura para estudantes indígenas e quilombolas e outros para dirigir diálogos. Para tanto, é interessante ter nas universidades movimentos sociais muito bem engajado em prol da diversidade em todos os aspectos cultural, histórico, regional e etno-racial.

Assistam agora o documentário : "Eu vir de longe" que mostra uma produção audiovisual de um curso de Formação Transversal em Saberes Tradicionais foi criada na UFMG, em 2014, em caráter experimental, e instituída formalmente no ano seguinte. A iniciativa é inspirada e dialoga com a proposta do Encontro de Saberes nas Universidades Brasileiras, iniciativa vinculada ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, coordenado pela Universidade de Brasília (UnB). 

   


O que fica do Componente: Universidade e Sociedade

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