Paulo Freire patrono da educação brasileira, trouxe muitas contribuições para a metodologia de ensino e de práticas pedagógicas no país e também no mundo, traz a educação em uma perspectiva libertadora e sem opressão, fato este que o fez ser perseguido no regime militar no Brasil. O freire influencia educadores no mundo inteiro, nesta postagens será feitas algumas reflexões sobre o seu livro a Pedagogia da autonomia.
No período militar, a prática pedagógica impedia a liberdade dos discentes, assim como não valorizava suas particularidades e os padronizava, impondo a não prática do pensamento reflexivo por parte de disciplinas como Filosofia e Sociologia. Nesse contexto, o Freire traz uma metodologia de ensino libertadora em que os discentes em suas especificidades devem serem valorizados não como um objeto, mas sim como seres históricos e sociais que possuem liberdade e podem intervir em sua realidade social.
No livro a Pedagogia da Autonomia, Freire traz bastante elementos para compreensão da prática pedagógica, que é relevante para todos educadores seja este progressista crítico ou tradicional, é enfatizado que quanto mais se pratica a educação mais se compreende sobre a mesma.
O patrono da educação deixa claro que no processo de ensino-aprendizagem, os educadores aprendem ensinando e os educandos enquanto aprendem também ensinam. E isto parte do pressuposto de que o conhecimento do educando deve ser valorizado, e neste contexto se compreende que ensinar não é transferir conhecimento, mas uma possibilidade para sua produção ou construção.
A educação é transformadora quando em sua prática não se limita a transferência de conteúdo, esta se faz formando sujeitos conscientes de seus direitos e deveres na sociedade e como a gentes transformadores, porquanto educadores em sua condição de autonomia devem mostrar aos educandos que eles são sujeitos sociais, histórico, com capacidade crítica para se posicionar e intervir no mundo, além de aprendizes de conhecimento, também ocupam a posição de produtores de conhecimento.
Neste processo freriano nos esbarramos na atualidade, com o Programa Escola sem Partido, uma tentativa de tirar a autonomia dos educadores no seu exercício de se posicionar, de estimular os discentes a intervirem na sua realidade, objetivando em transformar educadores em meros transferidores de conteúdo e os educandos em depósitos dos mesmos, ou seja seres apáticos e como diria Michel Foucault em corpos dóceis e alienados.
Freire já visava as escolas contemporâneas, visto que o mesmo orienta os educadores ao respeito aos saberes do educando e a sua realidade, bem como não agir de forma discriminatória, pois pensar certo exige agir certo, a teoria deve ser aliada a prática, para que que não haja incoerência na metodologia pedagógica. Padronizar os discentes e coloca-los como em condições iguais é totalmente inviável visto que todos têm suas especificidades, como questões raciais, de gênero e identidade cultural diversas.
Educador está no lugar da afetividade e referência para os discentes, seu posicionamento deve ser bem explícito e coerente, no processo de ensino-aprendizagem este é mediador, está em processo de formação e está inacabado, porquanto, quanto mais se ensina mais se aprende, se busca e compreende as esferas do conhecimento. Como ser inconcluso em formação, o docente tem a sua autonomia enquanto uma autoridade ligada a dialética.
Ensinar no Brasil exige generosidade, pois mesmo não sendo valorizado como deveriam, os educadores com sua competência, superam as barreiras impostas pelas condições de ensino, como estruturas escolares em deterioração, falta de assistência psicológica, salários baixos e muitas outras situações e cumprem seu papel como mestres que formam sujeitos para atuar na sociedade.
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